Muita gente pensa que a homossexualidade é coisa
dos tempos atuais. Mas se enganam porque ela existe há muito mais tempo. Segundo
John Boswell nos escritos de Platão já há relatos dessa pratica. Compreender como
a homossexualidade é encarada há milênios se faz necessário.
O primeiro registro da união entre dois homens da
história foi encontrado numa pintura da arte egípcia da antiguidade. Mhnumhtep e Niankhkhnum viveram por volta de 2.400a.C e que serve de prova documental.
Segundo o relato dos antropólogos Stephen Murray e
Will Roscoe, em Lisoto, no continente africano, mulheres mantinham relações
afetivas e eróticas prologadas (chamadas “motsoalle”)
com outras mulheres mesmo antes da colonização pelos ingleses. Outro
antropólogo, Evans-Pritchard afirma que era costume os guerreiros de Zandes (norte
do Congo) terem jovens (entre 12 e 20 anos) que os ajudavam nos afazeres
domésticos e não se envergonhavam de confessar que mantinham com eles relações
amorosas e sexuais.
Na China dos anos 600 a.C, a homossexualidade era
conhecida por diversos nomes: prazeres do pêssego picado, manga cortada ou
costume do sul. Estas denominações referiam-se ao comportamento homossexual e
não às pessoas.
Estudiosos do Oriente médio asiatico afirmam a existência de
exemplos de homossexualidade descritos em antigas literaturas da Mesopotâmia.
Como exemplos citam a história de Davi e Jonas e a Epopéia de Gilgamesh em que
Gilgamesh e Enkidu mantinham um relacionamento amoroso.
Os povos hindus tinham no Código de Manu, o
fundamento de suas leis. Nesse código, segundo os antropólogos, há um artigo
que faz menção a um “terceiro sexo”. Esse artigo permitia que as pessoas
pudessem se expressões livremente com comportamentos e formas não convencionais
e ter e manter atividades homossexuais.
No continente americano não era diferente. Muito
antes da colonização européia os nativos das três Américas praticavam práticas
homossexuais. Entre os astecas, maias, quichuas, moches, zapotecas e os
tupinambás (do Brasil) havia uma festividade religiosa conhecida como “Dois-Espíritos”.
Um xamã
Por ocasião dessa festividade, uma das crianças da tribo era era escolhida,
retirada dos pais e educada para ser um “xamã”, uma espécie de feiticeiro ou
curandeiro. Os xamãs eram pessoas importantes e poderosos na tribo. E podiam
ter vida sexual ativa com quem desejasse, inclusive com pessoas do mesmo sexo.
Seus parceiros (homens ou mulheres) preferidos eram as pessoas comuns da tribo.
Entre esses povos era muito comum encontrar homossexuais e trangêneros.
Jovem grego em relação sexual Romano bulinando um pajem
com seu pajem
Objetos mitológicos e obras de arte (vasos, afrescos, pinturas antigas) e literárias
compõem um conjunto de documentos da Grécia antiga que falam sobre o sexo e a
sexualidade humana.
A deusa Afrodite, a deusa do amor, nos versos de Safo, é tida como a patrona das lésbicas. (foto abaixo)

Na Grécia Antiga, a pederastia era amplamente difundida. Eles achavam normal e benèfico. E foi um modelo pedagógico por muito tempo. Inclusive elogiado nos escritos iniciais de Platão. Comentários realizados por estudiosos dos escritos de Platão afirmam que, este filósofo comparava a aceitação da homossexualidade em comparação com a aceitação da democracia. Para Platão, a aceitação de ambas era uma foma de combater o despotismo dos povos bárbaros, porque estes tinham a mente fechada para os assuntos mais inovadores. Segundo Platão, os bárbaros só pensavam em seus interesses particulares e no poder que poderiam ter sobre os súditos.
Na Papua, Nova Guiné e outras sociedades da
Melanésia (Oceania), as relações homossexuais eram parte de integrante da cultura.
Assim, um menino na pré adolescência se tornaria parceiro sexual de um
adolescente mais velho. Este último seria seu mentor nas práticas sexuais ( orais,
anais e perversões) até que os primeiros
atingissem a puberdade, quando então seria mentor de outros.
Evidentemente, com o transcorrer do tempo, estas práticas
foram sendo modificadas fosse pela ação do cristianismo e dos colonizadores
europeus que ficaram chocados ao
descobrirem que a homossexual era comum e aberta entre os colonizados. Os colonizadores
viam a homossexualidade como um pecado contra Deus e puniam rigorosamente quem
a praticasse.
Por isso, os que continuavam praticando, o faziam
em segredo com medo das punições que eram a execração pública, a morte na
fogueira ou decaptação e o repúdio às suas famílias.
Mas haviam sociedades que jamais permitiram que
elas acontecessem, como os povos árabes (Arábia Saudita, Irã, Mauritânia,
Nigéria, Sudãi e Iêmen) e muitas outras sociedades porque os governantes a criminalizavam.
Muitos ainda negam ou ignoram sua existência, certos de que a erradicaram em
seus domínios. Mas o fato real é que ela continua secreta.
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