OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

OUSADIA FEMININA NO SÉC XVIII

Numa época e numa sociedade em que ainda se via a mulher como dependente de um homem (pai ou marido), permanecer solteira era cair em “desgraça”. Tanto que, aos 30 anos, as mulheres eram consideradas “velhas solteironas”.

Se por opção permanecessem solteiras, ou por infortúnio perdiam os pais, tinham que viver com um irmão, se o tivesse. Nessa circunstância, eram consideradas hóspedes indesejáveis e permanentes.

Se não tivessem irmãos, precisavam sobreviver e se manter dignamente, os problemas começavam a aparecer. Sozinhas, procuravam uma ocupação como governantas na casa de alguma família mais abastada ou importante. Mas eram desprezadas e seus salários, irrisórios. Fora isso, ir para um convento, pois nenhuma outra profissão admitia mulheres.
Algumas foram tão ousadas que inspiraram e continuaram inspirando outras mulheres pelo mundo afora. Uma delas foi TEREZA MARGARIDA DA SILVA E ORTA CONCEIÇÃO FLORES, que viveu de 1711 a 1793, nascida na Província de São Paulo de Piratininga, no Brasil Colonial. Era filha de José Ramos da Silva e de Catarina Orta. O pai (Cavaleiro da Ordem de Cristo e de Provedor da Casa da Moeda de Lisboa) e a esposa vieram para o Brasil com a comitiva de S. João VI. E Tereza Margarida nasce em São Paulo, três anos depois da chegada dos pais ao Brasil.

José e Catarina tiveram três filhos. Tereza, Mathias Ayres e uma irmã (cujo nome não é citado). Tereza e a irmã estudaram no Convento das Trinas e queriam ingressar na vida religiosa. Treze anos depois, a Família Real decide voltar para Lisboa e a família de Teresa vai também. 

Em Lisboa, já mocinha, casa-se com Pedro Jansen Moller van Praet e com ele tem 12 filhos. Por falar fluentemente o francês e o italiano, além do português, foi dama da corte de D. João V e de D. José. Aos 42 anos, após a morte do marido, Teresa Margarida é acusada de insubordinação pelo Marques de Pombal, que manda prendê-la por 7 anos, no Mosteiro de Ferreira de Avis.

Durante o tempo que ficou presa, Teresa escreveu poemas, onde colocava toda a sua amargura pela perda de sua liberdade. Mais tarde, escreveu a “Novena do Patriarca São Bento” e “Cartas dedicadas à Abadessa D. Anna Josefa de Castel-Branco”, onde pede à Virgem Maria que a livre da prisão.

Depois de cumprir a pena, Teresa vai morar na casa do Monsenhor e Inquisidor Joaquim Jansen Moller, seu cunhado. Lá escreve seus primeiros livros publicados: “Máximas da Virtude e Formosura de Diófanes” (1752), “Aventuras de Diófanes I” (1777) e“Aventuras de Diófanes II” (1790) ambos como uma releitura da obra de Alexandre de Gusmão. Por fim, “História de Diáfones, Cryminea e Hemirena – príncipes de Tebas” publicado (1818), ou seja, depois de sua morte em 1793. Mas nunca pode ver seu nome verdadeiro em seus livros. Ela usava o pseudônimo: Dorotéia Engrassia Tavareda Dalmira.


O livro “Obras Póstumas”, conta com seus poemas, cartas e apelos à Nossa Senhora, “Novena de São Bento, textos de Rodrigo de Sá e de Barbosa Machado (seus principais críticos) e de Ernesto Ennes, Tristão de Athayde e Rui Bloem (seus escritores preferidos e de quem era amiga). O interessante é que essa obra publicada em 1993, com o verdadeiro nome aparece como autora, exatamente quando se completou 200 anos de sua morte. Com essa obra, foi aclamada “a primeira romancista de Língua Portuguesa” da história da humanidade. 


Outra mulher ousada foi AMANDINE AURORE LUCILE DUPIN, baronesa de Dudavant, que viveu de 1804 a 1876, foi considerada a maior romancista e memorialista francesa. Porém, para que pudesse vender seus livros teve que usar um pseudônimo masculino: George Sand.

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