OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

AS MULHERES E O TRABALHO NOS SÉCULOS XVI E XVII


Em 1600, as famílias das mulheres dos grandes centros urbanos precisavam juntar um bom dote (uma quantia em dinheiro) se quisessem se casar. Esse dote era dado ao futuro marido para que o casamento acontecesse. No entanto, esse costume não era aplicado nas aldeias ou vilarejos porque todo mudo era muito pobre e, mesmo trabalhando, mal dava para o seu sustento.

Para garantir uma vida um pouco mais confortável, as mulheres casadas faziam produtos artesanais e percorriam grandes distâncias até os centros urbanos, para venderem seus produtos nas feiras ou no comércio local. Mas a produção era muito pequena e ganhavam muito pouco.

Em conversa com outras artesãs, resolveram organizarem-se em grupos. O primeiro deles foi o das rendeiras. Esse grupo arrumou uma casa (a casa comunal), organizou um grupo de mulheres rendeiras e ali viviam, trabalhavam e se ajudavam aprendendo umas com as outras. Faziam grandes quantidades e de tipos variados e, com isso, garantiam preços melhores pela venda dos produtos. A renda obtida era dividida igualmente entre as artesãs, que por sua vez, colaboravam com a alimentação e na manutenção da casa.


Alguns conventos também ofereciam cursos gratuitos de renda à moças jovens sem família ou com família que vivesse longe dos grandes centros. Mas para ficarem aptas para uma produção comercial levava muitos anos.

Assim, quando essas moças conseguiam seus primeiros empregos, as freiras tiravam uma parte do salário delas afirmando ser uma contribuição para formar os dotes.


Por outro lado, algumas moças solteiras e mulheres casadas, aventuravam-se em trabalhos nas industrias, embora recebessem salários irrisórios por seus serviços, enquanto os produtos têxteis eram vendidos a preços muito caros. Mas na indústria, a única forma possível ganhar mais era a de serem “puxadoras”, ou seja, tinham a tarefa de puxarem caixas cheias de tecidos de um lugar para outro dentro da empresa. Era um trabalho pesado, que lhes garantia um salário melhor, além de adquirirem boas experiências no trabalho industrial.

Essas operárias (e não importava se fossem feias, bonitas e solteiras), eram sempre muito cercadas por rapazes aprendizes de uma função industrial. Mas esse cerco tinha um interesse pessoal. Não, não era por simpatia, amizade ou paixão. O interesse era bem outro. Eles queriam que elas custeassem suas cartas de mestre industrial ou formassem uma oficina para eles ou ainda contribuíssem para o funcionamento de uma já existente. O dote fazia qualquer moça ser a “candidata perfeita para  o cargo de esposa”.

Dois grupos não faziam parte da construção do dote. O primeiro era o das artesãs. Ganhavam pouco, viviam nas aldeias ou vilarejos e casavam-se muito cedo. Assim, o dote não fazia sentido. O segundo, o grupo pobre dos grandes centros porque as mulheres entendiam que era mais importante ter uma profissão do que um dote. E fazia sentido.

De vez em quando, as indústrias entravam em crise financeira. Nesse caso, uma ou duas gerações ficava sem o emprego. Neste caso, voltavam ao artesanato, ao trabalho doméstico ou à agricultura.


Um trabalho essencialmente feminino eram as atividades voltadas para a moda, como por exemplo, a fabricação de chapéus, de luvas ou capas. Mas este era um tipo de trabalho considerado como “trabalho de indigentes”. Afinal, se a mulher era um “nada”, por que e para que fazer coisas para elas? Quem trabalhava neste setor era muito mal remunerado, embora  os proprietários tivessem bons lucros.

As moças que trabalhavam neste ramo tinham que abandonar suas casas e famílias e ir morar na casa dos patrões. Quando chegavam lá, não haviam acomodações adequadas para se alojarem. Dormiam em qualquer lugar: debruçadas sobre uma mesa, sobre um tear ou num banco qualquer. Nas refeições, comiam o que lhes era servido, pois não tinham o direito de escolha. O que sobrava do salário, além dos descontos de moradia e da refeição, era administrado pelos patrões como forma de “acumulação de dote”. Ou seja, era um trabalho de escravidão disfarçado de legalidade.

A função do patrão era semelhante a função do pai, pois as jovens ficavam sob sua responsabilidade. As moças não desfrutavam de sua independência, apesar de trabalharem, acumularem o dote, tinham por obrigação a obediência e o respeito ao patrão. Como se pode perceber, a vida das mulheres nunca foi fácil em tempo algum. O trabalho começava cedo e seus futuros eram só de incertezas.


Por outro lado, as mulheres independentes (e que não dependiam de nenhum homem) sofriam o desprezo da sociedade. Algumas que obtinham êxito e juntavam um bom dinheiro casavam com homens igualmente de posses e tinham uma vida satisfatória. Mas estas, eram uma pequena parcela da população trabalhadora.

Outras não tinham tanto êxito e conseguiam acumular uma pequena soma em dinheiro e mantinham uma vida modesta com seus maridos. A verdade é que estas formavam uma grande maioria, que não conseguiam acumular dinheiro algum e continuavam vivendo uma vida de pobreza.

As que nasciam, cresciam e continuavam vivendo na miséria, não recebia uma educação mínima, nem para conseguirem um trabalho de indigentes. Muito menos de conseguirem um trabalho de faxina nas casas das “senhoras” da região urbana. Estas morriam cedo vitimadas por doenças ou pela fome.

Há pouco a se dizer sobre a Idade Moderna, a não ser que as mulheres sofreram muito em todas as classes sociais. Como dizia Foucault, as mulheres sempre estiveram cercadas por um panóptico (uma forma de prisão ou enredamento) da qual não conseguiam enxergar uma saída para melhorar sua condição.

fonte de imagens: Google 

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